21 de abr. de 2014

Juntos até o fim - Cap 29



~2 MESES DEPOIS~



Alice e Roberta estavam no apartamento de Carla. E Roberta como sempre sendo muito paparicada pelas amigas. Ela estava deitada no sofá, com a cabeça no colo de Alice, e os pés no colo de Carla.

-Eu sei o que a gente vai fazer no fim de semana - Alice disse, fazendo carinho no cabelo de Roberta.

-O que nós vamos fazer? – Carla perguntou.

-Compras! – Alice disse, animada.

-Ah claro, compras. Não sei como eu ainda tinha esperança de ser outra coisa. - Roberta disse, irônica, o que fez Carla rir.

-Reclama mesmo, mas você já esqueceu que ainda tem coisas da Bella pra comprar? Você mesmo disse que tínhamos que sair pra comprar.

-Caramba, eu tinha me esquecido completamente. – Roberta disse e fez careta.

-Nem tem como dizer que você não é filha da Eva Messi, ta ficando esquecida como ela. Talvez vocês não sejam tão diferentes assim. – Carla disse. Ela e Alice riram.

-Muito engraçadas vocês são – Roberta disse, e já estava com um bico enorme no rosto.

-Ah fica assim não amiga, a gente só tava brincando. – Carla disse.

-Tudo bem então. Mas, o que ainda falta comprar?

-Só umas coisinhas básicas. – Alice respondeu.

-Como o que… ?

-Os principais você já comprou, que é o berço e o carrinho. Agora só falta comprar os vestidinhos, as fraldas, as roupinhas de frio, sapatinhos, manta, mamadeira, uma bolsa pra você levar as suas coisas e outra pra levar as coisas dela pro hospital, chupetas, cadeirinha pro carro, brinquedinhos, uma tiara e roupa super fofa pra ela sair do hospital, toalha, sabonete infantil, pomada, banheira e essas coisa…

-Mas ainda falta muita coisa, vai demorar pra achar tudo isso… – Roberta reclamava.

-Vai nada, vai ser super rápido. – Carla sorriu.

-Eu espero que sim. – Roberta disse e suspirou.



Carla, Alice e Roberta já estavam no shopping. Foram logo comprar as coisinhas para o enxoval da pequena Isabella.

Roberta agora estava com sete meses de gestação, tinha que começar a se preparar para a chegada da filha. A barriga dela estava enorme, ela estava enorme. Não haviam levado os filhos, que ficaram em casa com seus respectivos pais, pois eles iriam só ‘atrapalhar’.

Até agora elas tinham ido em algumas lojas de bebês e crianças, compraram poucas coisas, apenas algumas roupinhas, toalhinhas, e alguns acessórios.

Entraram em uma loja de roupas para bebês e crianças.

Logo que entraram, Alice logo foi escolher roupinhas. Carla e Roberta iam atrás dela.

-Olha que lindo esse! – Alice se virou e mostrou um vestidinho muito fofo para as amigas. Ele era rosinha com um babado branco, e alguns laçinhos lilás. Alice sorria, admirando o vestidinho. – Não é uma fofura?

-Não, é uma cafonice. – Roberta disse e sorriu ironicamente. Alice revirou os olhos e Carla ria das duas amigas maluquinhas. – Olha esse vestido, é muito rosa!

-Qual o problema contra a cor rosa? – Alice disse, confrontando a amiga.

-Tipo, eu odeio. Sério, porque toda menina precisa usar rosa? – Roberta perguntava mais para si mesma que para as amigas.

-Não sei, rosa faz a gente se sentir mais feminina… – Alice dizia.

-A gente não precisa de rosa pra se sentir feminina, mas, ás vezes eu gosto de usar alguma coisa rosa. – Carla disse, tentando ficar do lado das duas amigas. Roberta e Alice a olhavam. Carla pegou o vestidinho das mãos de Alice. – Olha, eu também acho que esse vestidinho tem muito rosa, mas, a gente pode pegar um vestidinho que, sei lá, tenha menos rosa.

Carla se virou e procurou alguma coisa dentre as pequenas roupinhas que tinham ali. Ela pegou uma das roupinhas e voltou a se virar para as amigas, que a olhavam sem entender. Carla mostrou pra elas um pequeno conjunto, que tinha um body branco e uma saia rosa bebê.

-Viram? Ela tem rosa, mas nada muito exagerado. – Carla olhou para as amigas, que não falavam nada.

-É… Até que é bonitinho. – Roberta hesitou um pouco, mas disse. Ela deu um pequeno sorriso de canto.

-Tudo bem, não vou exagerar no rosa. – Alice suspirou, vencida.

-Isso mesmo. Agora será que dá pra gente voltar a comprar as coisas normalmente, sem briguinhas idiotas? – Carla dizia, esperando as duas concordarem. Alice e Roberta se entreolharam e sorriram uma pra outra.

Sim, ás vezes parecia que Roberta e Alice eram duas crianças e Carla a mãe delas. Era estranho e ao mesmo tempo bizarro.



Depois de passarem a manhã e a tarde inteira no shopping, na final do dia, estavam esgotadas e cansadas. Cheias de sacolas nas mãos, os pés doendo, e morrendo de fome. Esse é o resultado de um dia inteiro fazendo compras, mesmo que não fosse pra você. Carla e Alice levavam a maioria das coisas, já que não queriam que Roberta pegasse peso, mas, mesmo assim, Roberta teve que levar algumas poucas sacolas, pois apenas as duas não dariam conta.

-Acho que já tá na hora da gente ir embora né? – Carla disse, quase suplicando. Estava morta de cansaço, não lembrava de como comprar todo o enxoval para bebês dava tanto trabalho. Só queria ir pra casa e descansar, relaxar ao lado dos filhos e do marido.

-Com certeza. – Roberta dizia, um pouquinho ofegante. Ficar andando o dia todo já é cansativo, então imagina ficar andando o dia todo carregando uma barriga imensa e pesada por aí. – Eu to louquinha pra chegar em casa, tomar um banho relaxante, me deitar na minha cama confortável enquanto vou me entupir de comida até pegar no sono. – Roberta suspirou, imaginando seu desejo sendo realizado.

-Cruzes Roberta. – Alice riu brevemente, mas logo voltou para a ‘animação’ de antes. Apesar de adorar passar uma tarde inteira revirando o shopping de cabeça pra baixo, comprando muitas coisas, quase nunca mais fazia isso, parece que havia perdido a prática. Depois que a gente se casa e tem filhos, as coisas mudam tanto, a gente quase não tem tempo pra nada. Alice suspirou e esticou um pouco os braços, que estavam levemente dormentes pelo peso das sacolas. Estava se sentindo um pouco enjoada e com dor de cabeça, mas tentava convencer a si mesma que logo passaria. – Mas, eu tenho que concordar, eu quero logo ir pra casa e descansar, hoje foi um dia longo.

Ela iam andando e ‘reclamando’ de como estavam cansadas.

-Tá, já chega! Sabe o que a gente tá parecendo? Três velhas cinquentonas que só sabem fofocar da vida dos outros e reclamar. – Alice disse de repente, estressada. Carla e Roberta olharam pra ela, um pouco confusas pelo humor repentino da amiga. – E nós não somos velhotas.

-Tudo bem então… – Carla disse ainda um pouco confusa, mas não quis discordar de Alice. – Que tal lancharmos alguma coisa e depois irmos pra casa? – Ela sugeriu.

-Isso soa muito bem pra mim. – Roberta disse e sorriu. Comer alguma coisa já ajudaria bastante a melhorar seu humor. – Eu to morta de fome, e sem contar que agora eu tenho que comer por duas…

-Quando você não tá com fome Roberta? – Alice riu brevemente, não perdendo uma única oportunidade de implicar com a amiga.

Carla olhou para Alice e Roberta. Ela suspirou e jogou a cabeça pra trás, cansada, e já sabendo o que estava por vir: mais uma briguinha idiota que teria que separar. –Meninas. Meninas, por favor… Eu já to cansada de vocês se implicando com qualquer coisinha. Em praticamente todas as lojas era isso. Agora vamos comer e ir pra casa? Sem briguinhas? – Carla dizia em tom de suplica. Só queria ir logo pra casa.

-Tá bom… – Alice e Roberta disseram e suspiraram em uníssono, concordando em pararem de implicar, pelo menos por hoje.

As três foram indo até o restaurante mais próximo, carregando as várias sacolas. Chegaram e logo que adentraram no restaurante, o recepcionista as levou para uma mesa.

Elas sentaram e Roberta e Carla escolheram o que iam comer, Alice não quis nada. As amigas insistiram para ela comer algo, mas ela disse que não tava passando muito bem e preferia não comer.

Depois de terminarem de comer, Roberta e Carla pagaram a conta e logo elas e Alice saíram com as sacolas, indo em direção ao estacionamento, para entrarem no carro e voltar pra casa.

Roberta, que antes estava indo com as amigas, parou e se virou, indo em direção ao um McDonald’s que havia ali perto.

-Roberta, onde você vai? – Alice perguntou, com a voz cansada. Ela e Carla olhavam pra Roberta.

-Agora me deu um vontade de comer um sundae… – Roberta disse, já com água na boca. Ela fez uma carinha de pidona. – Eu preciso comprar um.

-Tudo bem. – Carla suspirou. – Eu e a Alice vamos esperar você ali. – Ela apontou para algumas mesas da própria lanchonete, vazias.

Roberta foi em direção a lanchonete e entrou na fila, que não estava muito grande. Na sua frente, havia umas cinco pessoas, e a última delas, era um pequeno garotinho, talvez seis ou sete anos. Ele tinha a pele branca e os cabelos pretos com cachinhos. Roberta tinha a sensação de que ele era familiar.

Ignorou isso, e depois de alguns minutos, só restava ela e o tal garoto ali na fila. A atendente perguntou o que ele iria querer.

-Eu quero uma casquinha de baunilha, por favor. – Ele disse, muito educado. Esse jeitinho, lembrava alguém á Roberta…

-E aí filho, já comprou seu sorvete? – Um homem disse com o garoto. Tinha estatura média, pele branca, corpo definido e um rosto que Roberta logo reconheceu. Era Miguel Zimmer, com certeza.

-Miguel? – Roberta perguntou, surpresa. Ainda não estava acreditando que era ele ali.

-Roberta. – Miguel a cumprimentou, como se não tivessem sem se ver á anos.

-O quê… O que você tá fazendo por aqui? – Roberta perguntava, ainda confusa.

-Eu vim passear com meu filho. E você? – Ele dizia, tranquilamente. O garoto, filho do Miguel, saiu da fila e foi para o lado do pai.

-Eu vim… Peraí, você não tava em Nova Orleans? – Roberta continuava confuso.

Depois de se formarem, Miguel e Lucy haviam voltado para Nova Orleans, morar por lá.

-É, eu voltei aqui pro Brasil, passar as férias por aqui com minha família. – Miguel disse e olhou para o filho. – Lucas, vai lá sentar com sua tia.

Miguel disse para o filho, que obedeceu sem hesitar. Roberta pode avistar ao longe Lucy sentada, esperando Miguel e o filho, Lucas.

-Família? – Roberta perguntou. Não sabia que Miguel havia se casado, muito menos ter um filho.

-Eu, meu filho e minha irmã. – Miguel disse. Roberta franziu o cenho, estranhando um pouco.

-O que você vai querer? Tem mais pessoas na fila. – A atendente disse, querendo logo que Roberta pedisse, pra fila andar logo.

-Ah, eu quero um sundae de chocolate, por favor. – Roberta disse e pagou. Foi para a outra fila, onde pega os pedidos. Miguel a acompanhava.

-E a mãe do seu filho? – Roberta perguntava, curiosa, enquanto esperava seu sorvete.

-Eu prefiro não falar disso. Minha família é apenas eu, Lucas e a Lucy.

-E ela ainda tá… maluca?

Miguel riu brevemente.

-Não, ela está melhor. Não voltou ao normal, mas faz anos que não tem um surto ou entra em crise. – Ele sorriu e suspirou. – Mas, e você, como anda sua vida? E os outros ‘Rebeldes’?

O sundae estava pronto e um dos funcionários o entregou para Roberta, que o pegou.

-Ah, a gente tá bem. Todos nós estamos casados. Eu e Diego. Tomas e Carla. Alice e Pedro. Temos nossos filhos e estamos felizes. – Roberta sorriu e comeu uma colherada de seu sundae.

-Bem, foi bom reencontrar você, mas, eu tenho que ir. Eles estão me esperando. – Miguel disse e olhou para o filho e a irmã.

-Tudo bem. Eu também tenho que ir, a Alice e a Roberta estão me esperando. – Roberta disse e riu. -… Tchau.

-Tchau. – Ele disse e sorriu, logo depois indo para onde estavam sua ‘família’.

Roberta riu e ainda não sabia se isso tudo foi real ou não. Deixou isso pra lá e voltou para onde as amigas estavam. Elas estavam sentadas e as sacolas de compras estavam no chão, ao lado dos pés delas.

Carla se levantou quando viram Roberta vindo em direção á elas.

-Nossa, que demora pra comprar um sundae hein. – Carla riu.

-Vocês não vão acreditar. Eu encontrei o Miguel ali na fila. – Roberta disse e comeu mais uma colherada do seu sundae.

-Miguel? Miguel Zimmer? – Carla perguntou, ainda sem acreditar.

-Esse mesmo. E ainda tava com a Lucy e um filho. – Roberta disse e Carla abriu a boca, um pouco surpresa.

-Gente… – Alice, que ainda estava sentada, disse, com a voz um pouco rouca. – Eu to passando mal…

-Alice? O que tá acontecendo? Você tá mais pálida que o normal! – Roberta logo se preocupou ao ver a amiga naquele estado. Ela tinha os olhos fechado e respirava rápido demais, estava muito pálida e tinha a mão direita sobre a barriga.

-Ai meu Deus! Alice! – Carla disse, e segurou a amiga antes dela cair no chão desmaiada.

-Carla! Ela desmaiou, e agora?! – Roberta agora estava muito preocupada.

Carla ao mesmo tempo tentava segurar Alice e acalmar Roberta, que não podia se preocupar, porque estava grávida.

Ela sentou Alice, ainda desmaiada, na cadeira. Varias pessoas já começavam a se alvoroçar ao redor delas.

-Roberta, fica calma e liga pro Pedro! Rápido! – Carla ordenou e Roberta logo pegou seu celular. Carla pegou um cardápio que tinha sobre a mesa e começou a abaná-lo no rosto de Alice.

Carla continuava tentando acordar a amiga, que se mantinha inconsciente. Roberta tinha terminado de ligar pro Pedro.

-Avisei pro Pedro, ele disse que já tá chegando. – Roberta disse, andando de um lado pro outro, ainda aflita.

-Pedro… – Alice sussurrou fracamente e tossiu levemente, ainda não totalmente desperta.

-Alice! Graças a Deus! Alice, olha pra mim, isso, abre os olhos, fica acordada. – Carla instruía a amiga, que ainda estava pálida e abatida.

-Gente, já podem ir, ela tá bem. – Roberta dizia para as pessoas que estavam ali olhando em volta. Aqueles olhares curiosos logo foram saindo aos poucos.

Roberta vendo que a amiga estava despertando, se sentou, um pouco mais aliviada. Foi um grande susto.

-Bebe esse copo de água, você vai ficar melhor. – Carla disse para Alice e lhe entregou um copo de água, que alguém trouxe.

Alice lentamente levou o copo ao lábios e deu um gole na água. Carla alisava seu rosto.

-O que aconteceu? – Alice perguntou, um pouco mais recuperada.

-Também quero saber. A gente tava aqui conversando normalmente e de repente, você desmaiou. Nunca mais faça isso, me deu um susto daqueles. – Roberta disse e pôs a mão sobre o peito.

-Alice, a sua menstruação tá descendo normalmente? – Carla sussurrou para a amiga, que a olhou espantada.

-Você acha que eu possa estar…? – Alice perguntou, ainda de olhos arregalados.

-Não sei. É que no restaurante você disse que tava enjoada, e agora desmaia. Comigo foi assim a gestação inteira. Será que você tá grávida?

-Como é que é? Alice, você tá grávida? – Pedro, que havia acabado de chegar, ouviu a ultima parte da conversa, disse, surpreso.

Créditos :Monaliza Araujo e Micaela Lopes

Nenhum comentário:

Postar um comentário