25 de mai. de 2014

Juntos até o fim - Cap 30


-Como é que é?Alice, você tá grávida?”

-Pedro. – Alice disse, surpresa, ao perceber que o marido estava ali e tinha ouvido toda a conversa. - É melhor a gente conversar em casa, por favor…

-É melhor mesmo Pedro. Eu também to doida pra ir pra minha casa. – Roberta disse e suspirou, cansada.

-Tudo bem. – Pedro suspirou, vencido pela maioria. – Vem, amor. – Pedro esticou a mão para Alice, pra ajudá-la a se levantar. Ela pôs a mão sobre a do marido, de levantou e deu um rápido selinho terno nele.

Carla ajudou Roberta a se levantar, o que foi meio complicado, pois aquela barriga enorme e pesada atrapalha.

Alice e Roberta pegaram algumas poucas sacolas e o resto, Pedro e Carla traziam.

Fora até o estacionamento do grande shopping, cheio de carros, e foram até o carro em que tinham vindo. Guardaram todas as compras no carro e, Carla e Roberta entraram. Alice e Pedro foram para o carro de Pedro, onde ele tinha vindo.

Durante todo o caminho, eles não haviam trocado uma sequer palavra. Chegaram no prédio de casa ao mesmo tempo em que Carla e Roberta. Alice se despediu das amigas brevemente, dizendo que ainda estava com um pouco de dor de cabeça, e logo subiu para seu apartamento, junto com Pedro.

Chegaram ao apartamento e logo Alice foi para seu quarto, e Pedro ia atrás delas, ainda querendo que tudo fosse esclarecido.

Alice entrou no quarto. Jogou sua bolsa em um canto qualquer, sentou-se em sua cama e retirou seus sapatos, sentindo-se aliviada, pois passou o dia inteiro andando com eles. Ela se deitou em sua cama e suspirou, exausta. Pedro se sentou ao lado da esposa e começou a acariciar o rosto macio dela, que logo fechou os olhos ao sentir o toque dele.

-Acho que a gente precisa conversar… – Pedro disse, e olhou para ela, que logo abriu os belos olhos azuis, que o encantavam. Ele queria logo tirar essa duvida que o estava corroendo por dentro, afinal, Alice estava ou não grávida?

-Pode ser mais tarde amor? – Alice disse, e o olhava, os olhos brilhando. Ela mesma ainda estava confusa com tudo isso, ainda não sabia se estava grávida, era apenas uma hipótese. Pedro, não resistindo ao olhar suplicante da esposa, suspirou, vencido.

-Pode… – Pedro disse e sorriu de canto e olhou para Alice, e em seguida deu um beijinho na testa dela. Iria ficar mais curioso ainda, mas fazer o que né…

-Cadê as crianças? – Alice disse, ao perceber que seus filhos não estavam em casa, pois tudo estava muito silencioso. E também sentiu falta pois não vieram a receber com os abraços e beijos que tanto amava.

-Eu deixei eles na casa do Tomás, brincando com a Angellina e o Thiago, quando a Roberta me ligou, falando que você… – Pedro disse, tocando no assunto novamente, pra ver se Alice falava logo e tirava essa duvida dele. Ela logo percebeu e o interrompeu.

-Busca eles? Quero ficar com meus bebês… – Alice dizia, com o rosto pidão. Ela fazia manha e um biquinho. Pedro ria da carinha que ela fazia.

-Tudo bem. – Ele riu e deu um selinho na esposa, que tinha um pequeno sorriso nos belos lábios rosados.

Pedro se levantou e saiu do quarto, fechando a porta logo em seguida.

Alice, ainda deitada, suspirou. Logo milhares de pensamentos lhe viam á mente. Não estava mesmo grávida, ou estava? Ela não conseguia parar de pensar nisso, a dúvida a estava matando. Não sabia que ficaria feliz ou não, se isso tudo for mesmo verdade. Gravidez pra ela é mais complicado…

Após alguns minutos, Alice pôde ouvir as risadinhas mais lindas do mundo, a de seus filhos. Ela não pôde evitar de sorrir também.

Logo ela viu Matheus entrando no quarto, correndo, como sempre.

-Cheguei mamãe! – Matheus disse, animado e foi até sua mãe, que logo o puxou para um abraço terno.

-Que saudade de você meu bebê… – Alice disse e deu um beijinho na bochecha dele, que sorriu, mostrando seus dentinhos brancos. Isso, vê-lo sorrindo, já fazia tudo valer apena, pois não tem nada melhor do que ver o sorriso de um filho.

-Você trouxe algum brinquedo pra mim lá do shopping? – Matheus perguntou para a mãe, ansioso.

-Não meu amor, eu e suas tias fomos comprar só coisinhas pra Bella… – Alice disse e Matheus fez uma carinha decepcionada. Alice logo tentou fazer com que o filho não ficasse triste. –Mas, eu trouxe chocolate, serve?

Matheus logo ficou animado de novo. Ele definitivamente amava chocolate.

-Aham! Cadê o chocolate mamãe? – Matheus perguntou. Levantou-se da cama, já pronto para procurar.

-‘Cocolati’! – Clarisse disse, eufórica e batendo palminhas, já que era outra que amava chocolate. Alice sorriu ternamente ao ver a filha.

Pedro havia chegado no quarto, e trazia a filha, Clarisse, no colo. Ele a colocou no chão e Clarie foi correndo para Alice, que a puxou para seu colo e depositou um beijinho no topo de sua cabeça.

-Cadê mãe? – Matheus perguntou novamente, já ficando impaciente. Queria logo o chocolate!

-Cadê o que filho? – Pedro perguntou, sem entender. Ele olhava para Matheus e Alice.

-O chocolate que a mamãe disse que trouxe pra mim! – Matheus explicou, como se fosse bem óbvio, fazendo Alice e Pedro rirem dele.

-Tá ali na minha bolsa meu lindo. – Alice disse e riu, apontando para sua bolsa que estava em um canto do quarto e logo Matheus foi até lá e pegou.

Ele a abriu e retirou de lá uma barra de chocolate, depois voltou para a cama de seus pais, onde estavam eles e sua irmã. Matheus se sentou ao lado do pai e tentava abrir a embalagem do chocolate.

-Peraí, deixa que eu abro pra você. – Pedro disse, vendo que o filho se esforçava para tentar abrir o chocolate. Matheus entregou o chocolate, ainda fechado, para o pai, que retirou a embalagem em segundos. Pedro devolveu o chocolate para o filho, que logo o pegou e deu uma mordida.

-Mamãe. – Clarisse chamou a mãe, tocando o rosto dela.

-O que foi amorzinho? – Alice perguntou para a filha em seu colo.

-Eu também quero ‘cocolati’! – Clarisse explicou e logo estendeu a mãozinha para o irmão, pedindo o chocolate. Matheus ‘quebrou’ alguns pedacinho da barra de chocolate e entregou-os para a irmãzinha. Clarisse pegou-os e logo encheu a boca com chocolate. – ‘Bigadu’. – Ela agradeceu, de boca cheia, fazendo os outros rirem.

Enquanto os filhos se deliciavam com o chocolate, Alice fazia carinho nos cabelos macios da pequena filha. Logo Alice fechou os olhos, cansada, e sem perceber, já estava dormindo.

**

Mais tarde, Alice acordou. Abriu os olhos e olhou em volta. Estava sozinha na cama, seus filhos nem Pedro estavam mais ali. Se espreguiçou e bocejou. Olhou no relógio e viu que já era bem tarde, havia dormido demais, e logo decidiu se levantar.

Saiu de seu quarto, e foi procurar os outros. Primeiro entrou no quarto de Clarisse, e viu que ela estava dormindo tranquilamente, e sorriu. Foi para o quarto de Matheus, e pôde ver ele também dormindo em sua cama, lindo.

Alice foi para a sala e logo viu Pedro sentado no sofá, assistindo alguma coisa na grande TV. Respirou fundo, tentando criar coragem. Andou até ele e se sentou no sofá, ao seu lado.

-Amor, já acordou… – Pedro disse, ao perceber que a esposa estava ali. – Pensava que iria dormir direto, até amanhã.

-Eu não ia conseguir. – Alice disse e sorriu de lado.

-Por quê?

-A gente tem que conversar, né? – Alice falou e logo Pedro percebeu que Alice queria falar sobre o que tinha acontecido no shopping.

-É sim… – Pedro concordou. Finalmente iria tirar essa dúvida, então foi direto ao ponto. – É sério que você tá grávida? Nós… vamos ter outro filho?

-Eu não sei. – Alice disse e suspirou.

-Como assim? – Pedro ficava cada vez mais confuso. Ou ela estava ou não estava grávida.

-Eu não tenho certeza, na verdade, nem tinha me dado conta disso, foi a Carla que me falou. Minha menstruação tá atrasada uns dias, mas, acho que é normal, ela sempre veio um pouco desregulada. Eu já acordei meio enjoada hoje, mas, isso não deve significar que eu esteja grávida, né? – Alice perguntou mais para si mesma que para o marido, que ouvia tudo, atento.

-É melhor você fazer um teste né? Pra gente ter certeza… – Pedro disse e sorriu. O choque já havia passado, e agora ele considerava a ideia de ter mais um filho, mais uma criança correndo pela casa e o chamando de ‘papai’.

-Tem farmácia aberta á essa hora?

-Deve ter, alguma drogaria 24 horas. Posso ligar e pedir um teste? – Pedro disse e olhou para a esposa, esperando que ela concordasse em fazer logo o teste, queria logo saber o resultado.

-Pode. – Alice disse, depois de ter hesitado. Ela também estava ansiosa pelo resultado. Ela estava feliz e ao mesmo tempo não estava com a ideia de estar grávida.

Pedro se levantou do sofá e pegou o seu celular. Discou o número e pôs o celular no ouvido.

Alice não prestava atenção no que ele falava, apenas ficava pensando, absorta em pensamentos. Ela estava um pouco assustada, não com a parte de ser mãe novamente, até porque já é experiente nisso, mas sim com a parte da gravidez. Alice sempre foi muito… delicada. As gestações de seus dois filhos, foram de risco, tanto pra ela quanto pra eles, fazendo com que Alice ficasse debilitada. Pra ela, são os piores nove meses de todos. Na gravidez de Matheus, foi pior, pois depois no nascimento, Alice teve uma leve depressão pós-parto, que já foi curada. Alice saiu de seus devaneios quando viu Pedro voltando para o sofá e se sentando ao lado dela novamente.

Pedro percebia que Alice estava um pouco distante e pensativa.

-Ei, o que foi amor? – Pedro disse e tocou a maçã do rosto dela, que o olhou e suspirou.

-To com medo. E se eu tiver mesmo grávida? Eu não quero passar por tudo aquilo de novo. – Alice disse, com a voz chorosa. E foi para perto de Pedro e se aconchegou lá, e ele envolveu seus braços fortes ao redor dela.

-Você conseguiu duas vezes amor, consegue uma terceira vez. E, olha, a gente nem sabe se você tá mesmo grávida. – Pedro tentava de alguma forma consolar a esposa.

A campainha tocou. Era da farmácia. Pedro se levantou e foi atender a porta, pegou a compra e pagou o entregador. Ele voltou para onde Alice estava, e ela encarava a pequena sacolinha com a caixinha dentro.

Alice pegou a sacola da mão de Pedro, e sem dizer uma palavra, entrou no banheiro e se trancou lá. Pedro sabia que não ia adiantar ele pedir para entrar, então ficou na sala, esperando. Ele estava mais que ansioso.

Finalmente, depois de alguns longos minutos, que apara Pedro pareceu uma eternidade, Alice saiu do banheiro e veio até ele. Pedro tentava decifrar a expressão no rosto dela, mas, por mais que tentasse, não conseguia.

-E então, qual foi o resultado? – Pedro perguntou, curioso.

-Deu… negativo. – Alice disse e uma lágrima solitária rolou por seu rosto. Pedro limpou a lágrima dela, e ela o abraçou, se aconchegando no abraço dele, enquanto ele fazia carinho em seu cabelo.

Ele foi andando, ainda abraçado com ela, até o sofá. Sentou e Alice ficou em seu colo, enquanto ele a consolava.

-Eu não entendo. Você queria ou não esse filho? Porque naquela hora, você mesma disse que não queria passar por tudo de novo. – Pedro disse e deu um beijinho no topo da cabeça dela. Ele tentava entender o que estava acontecendo com ela.

-Sim, mas… Eu queria esse filho, só achava que não tava preparada pra passar por tudo aquilo novamente. Eu queria e ao mesmo tempo não queria, me entende? – Alice disse e olhou pra ele, que deu um sorriso de lado.

-Entendo. – Pedro sussurrou. Estava um pouco… decepcionado. Tinha criado expectativas, e acabou que Alice não estava mesmo grávida. Já conseguia imaginar Matheus e Clarisse brincando com o mais novo irmãozinho…

-Você queria esse filho não é mesmo? – Alice constatou, ao ver a cara de Pedro. Ela podia ver nos olhos dele que ele ficou triste com a notícia.

-Sinceramente? Eu já conseguia imaginar ele ou ela correndo pela casa, junto com a Clarisse e o Matheus, e você brigando, dizendo pra eles pararem porque poderiam cair e se machucar. – Pedro disse e soltou uma risada. Alice também sorriu, também conseguindo imaginar a cena.

-Desculpa… – Alice disse, agora se sentindo culpada. Estava ‘destruindo’ o sonho do marido.

-Pelo que amor? Olha, você não tem culpa de não estar grávida. Eu queria muito esse filho, mas, não era a hora certa.

-É verdade. Até porque, já temos a Roberta de grávida. Duas enjoando todas as comidas, duas com dores nas costas, duas sensíveis demais, duas com hormônios ás flor da pele… Você e o Diego não iriam aguentar, não mesmo. – Alice disse e gargalhou, imaginando como seria.

-A gente já pode dormir agora? Já é bem tarde… – Pedro disse e bocejou.

Ele e Alice se levantaram e verificaram seus filhos, foram para o quarto, e logo depois que já estavam deitados, adormeceram.

Créditos :Monaliza Araujo e Micaela Lopes

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